Orixás e as personalidades de seus filhos

Filhos de Oxalá
Aspectos positivos: Criativos, generosos, inteligentes, calmos, suaves, paternais, sábios, justos.
Aspectos negativos: Lentos, mandões, procrastinadores, teimosos, ranzinzas, resmungões.

Filhos de Yemanjá
Aspectos positivos: Maternais, amorosas, inteligentes, disponíveis, trabalhadoras, sensitivas, bonitas, corajosas, sutis, elegantes.
Aspectos negativos: Manhosas, choronas, faladeiras, nervosas, revoltadas, dissimuladas.

Filhos de Ogum
Aspectos positivos: Impetuosos, cautelosos, trabalhadores; são como soldados que vão sempre em frente, arriscando-se para atingir um objetivo, são sinceros e francos e quando são amigos é pra valer; defendem seus amigos com unhas e dentes sem pensar duas vezes.
Aspectos negativos: Autoritários, desconfiados, briguentos e impulsivos, não perdoam a uma ofensa, são arrogantes, não medem as palavras e ofendem sem querer, pela sua maneira de sempre dizerem o que sentem.

Filhos de Oxóssi
Aspectos positivos: Provedores, astutos, pacientes, espertos, corajosos, ágeis, belos, determinados, atingem seus objetivos, intuitivos.
Aspectos negativos: Andarilhos, furtivos, volúveis, instáveis, infantis, ingênuos, dependentes.

Filhos de Iansã / Oyá
Aspectos Positivos: Sinceras, amigas, rápidas, ativas, trabalhadoras, livres, lutadoras, companheiras, diretas, objetivas, francas, sensuais, liberais.
Aspectos Negativos: Tagarelas, volúveis, nao-maternais, assanhadas, encrenqueiras.

Filhos de Exu
Aspectos positivos: Alegres, brincalhões, rápidos, prestativos, sensuais, inteligentes, estrategistas.
Aspectos negativos: Preguiçosos, beberrões, mulherengos, farristas, inconstantes, mentirosos.

Filhos de Ossain
Aspectos Positivos: Poder de cura, raciocínio dedutivo, talento para pesquisa, solidários, inteligentes, misteriosos, constantes.
Aspectos Negativos: Misterioso. Especulativo, escrutinizador, feiticeiro, inclinação para vícios.

Filhos de Obaluaiê / Omolu
Aspectos positivos: Sério, honesto, econômico, responsável, curador, solidário, verdadeiro, amigo, corajoso.
Aspectos negativos: Ranzinza, taciturno, pessimista, inseguro, vingativo

Filhos de Xangô
Aspectos Positivos: Fortes, corajosos, poderosos, justos, sedutores, ricos, inteligentes, estrategistas.
Aspectos Negativos: Vaidosos, obesos, coléricos, covardes, mulherengos.

Filhos de Oxum
Aspectos Positivos: Meigas, doces, inteligentes, sensuais, atraentes, belas, maternais, videntes, intuitivas.
Aspectos Negativos: Falsas, dissimuladas, vaidosas, matreiras, competitivas, ardilosas.

Os guias da Umbanda

Além dos bastante conhecidos caboclos, pretos-velhos e crianças, na Umbanda se conhece uma série de outros guias, cada qual com suas origens e peculiaridades. É interessante observar que alguns médiuns incorporam todas as linhas. Outros, apenas algumas (as que sentem afinidade).

As linhas de Umbanda variam de acordo com o padrão vibratório da gira. Em uma gira, normalmente as incorporações são homogêneas, ou seja, todos os médiuns costumam incorporar entidades as quais estão sendo chamadas, ou seja, em uma gira de caboclos, normalmente não se vê incorporar um baiano.

Os Caboclos
São os índios brasileiros, que habitavam nosso país antes da chegada dos colonizadores. Eram sociedades fechadas que viviam em tribos. Diferente da nossa realidade hoje, a figura da posse nessas tribos era praticamente inexistente. Tudo era compartilhado entre todos. Eram sociedades simples e puras.
Os caboclos caracterizam-se por sua postura ereta, força e coragem. Sábios na magia natural, conhecem bem os segredos da natureza. É comum ao incorporar, que os caboclos emitam seus gritos típicos, alguns parecendo pássaros, outros em linguagem indígena, outros lembrando animais. É a comunicação e saudação do povo da mata. Os gritos de guerra também servem para afastar as energias ruins, purificando e iluminando os seres da terra.

Os Pretos-Velhos
Amplamente conhecidos na Umbanda, diz-se da origem dos velinhos os povos africanos que foram trazidos para o Brasil à força para trabalharem como escravos. Eram forçados a trabalhar de sol à sol em diversas atividades, muitas vezes humilhados, feridos e mal-tratados.
Apesar de todas as dificuldades, nunca deixaram sua fé de lado, sempre lutando pela vida. Na capacidade dessas entidades em perdoar seus algozes, nasce a tremenda força caridosa dos pretos-velhos.
A figura dos velhos feiticeiros conhecedores de rezas e de encantamentos poderosos, capazes de realizar milagres, foi o arquétipo ideal para atrair para a religião nascente milhares desses espíritos.
Podemos dizer que os pretos-velhos têm como características principais a humildade, caridade e sabedoria. São ótimos conselheiros e muito carinhosos, bem como excelentes feiticeiros que podem realizar encantamentos de muita força.

As Crianças
As crianças nos surpreendem pela simplicidade, sinceridade, ternura e amor. Ao contrário do que se pode pensar, as crianças não são crianças desencarnadas com pouca idade. São arquétipos de pureza, sinceridade e amor incondicional que suportam os pilares desta linha na Umbanda.
Fundamentados na inocência, franqueza e ingenuidade, apóiam suas faculdades na figura da criança, ou seja, no ser infantil.
Podemos dizer que por trás dos arquétipos das crianças existe a força das mães e pais Orixás, que sustentam seus filhos, guardando-os e zelando por sua integridade.

Os Baianos
Com um artigo deste site dedicado exclusivamente para estas entidades, podemos dizer de forma simples que são os espíritos que alinham-se com as características do arquétipo nordestino. Os baianos são calmos, ótimos ouvintes, sempre alegres e felizes.
Dançando e sorrindo, a alegria do movimento transforma essa entidade em um fluxo contínuo de energia suave. São fortes e perseverantes, como o povo que representam.
São pacientes, mas não levam desaforo para casa. Trabalhadores e dedicados, fazem o possível para ajudar aqueles que procuram seu auxílio.

Os Boiadeiros
Espíritos que se manifestam formando a linha dos caboclos boiadeiros. Típicos da região sul do país, são valorosos, geralmente de poucas palavras, sisudos, mas de muita ação. São espíritos que, quando encarnados, eram tocadores de boiada, pastores, etc.
Laço e chicote são instrumentos de seus trabalhos mágicos, e eventualmente usam colares e pedras para trabalhar. É a figura do peão sertanejo, que entram para cortar e combater as magias negativas.
São espíritos que utilizam seus conhecimentos ocultos auxiliando as pessoas nas fazes difíceis de suas travessias pela evolução na matéria.
Diz-se que a maioria desses espíritos já foram exus, que por meio da evolução tornaram-se caboclos boiadeiros para continuar a prestar a caridade e evoluírem mais ainda.

Os Marinheiros
São espíritos que nas últimas encarnações viveram no mar, do mar ou para o mar. Alguns eram navegantes, outros pescadores, mas sempre de certa forma ligados ao mar. Alguns navegaram sobre o mar, outros foram arrastados para dentro dele e transportados para outro lugar, outros submergiram nas suas águas profundas. Podemos incluir também os povos ribeirinhos, ex-piratas, soldados marinheiros, etc.
Ser marinheiro na Umbanda é ajudar utilizando os recursos ocultos da força das águas. Ao se manifestarem, se movimentam como se estivessem em alto mar. Por estarem fortemente influenciados por Yemanjá, o magnetismo dela faz com que tenham esses movimentos de ondas do mar.
É comum vermos os marinheiros fazendo uso de bebidas alcoólicas (rum principalmente), pois caso contrário poderiam consumir muita energia do médium que os abriga. Assim como o álcool tira o equilíbrio das pessoas, aos marinheiros em terra firme, ajuda à equilibrá-los.
São simples, geralmente muito alegres, conversam bastante e dão sábios conselhos. São fortes e usam os poderes ocultos das marés para fazer seus trabalhos.

As Sereias
Essa entidade meio peixe, meio humana caracteriza-se pela afinidade com as águas. Geralmente, as sereias, quando incorporadas, não falam. Emitem um som característico que parece um canto, e entoam este mantra enquanto realizam seus trabalhos.
Longe da mitologia, estas entidades não visam atrair pessoas para o fundo do mar. Estes conceitos nasceram nas sociedades antigas com o uso do folclore da época.
Como principal característica das sereias, podemos dizer que esta entidade tem como principal função da limpeza. São extremamente fortes neste tipo de trabalho, arrastando para o fundo do mar todo o negativo e as forças em desequilíbrio.

Os Exús
Estas entidades não podem ser descritas em poucas linhas, já que são amplamente incompreendidas e muitas vezes temidas do modo errado. As entidades de esquerda são entidades em evolução, que estão dispostas a praticar a caridade para crescer na rede da evolução.
Os exús são na maioria das vezes responsáveis pelos descarregos, especialistas em transportar as energias ruins para lugares seguros. Trabalham muito próximo do padrão vibratório do ser humano, portanto é facilmente percebida a melhora depois de um descarrego com um exú.
Isso não os invalida como sábios conselheiros, porém, não costumam poupar seus ouvintes. Falam o que precisam falar, e muitas vezes pode causar alguns pequenos constrangimentos. Mas devemos ver esta situação como "o que precisamos ouvir", e refletirmos sobre o que nos foi falado.
São fortes representantes da matéria, e podem ajudar a abrir caminhos nas mais diversas áreas da vida.

A Pomba-Gira
Amplamente confundidas com seres inferiores, assim como o Exú as Pombas-Giras são entidades em evolução, que praticam a caridade para elevar seus conhecimentos. Enquanto encarnadas, podem ter sido mulheres à toa, vadias, prostitutas ou simplesmente mulheres que viviam da beleza ou do prazer.
São excelentes conselheiras sentimentais, ajudam nos relacionamentos e demais questões da vida. Como os exús, sua vibração é bem próxima da vibração do ser humano, e costumam dar ótimos conselhos, mas muitas vezes falam com tanta sinceridade e objetividade que pode chocar aqueles que buscam sua ajuda. Assim como as palavras do exú, devemos refletir e aprender com o conhecimento delas.
Vaidosas, costumam usar perfumes, joías e balangandans, beber champagne e soltar suas típicas gargalhadas. Trabalha, em sumo, na linha dos desejos, do encanto e da fascinação.

O Exú-Mirim
Ao contrário do mito, essas entidades não são crianças malvadas desencarnadas enquanto ainda jovens. Assim como a linha das crianças na direita, a linha de exú-mirim vem balancear as forças, criando o equilíbrio polar necessário na natureza. Já foram encontrados algumas entidades nesse arquétipo que eram "pigmeus".
Assim como as crianças, estes espíritos fazem parte do "encantado", e trabalham como os exús, somando as características ocultas das crianças.
Juntamente de exú e da pomba-gira, o exú-mirim completa a trindade na esquerda, trazendo o equilíbrio para as forças naturais, polarizando para que haja o equilíbrio entre direita e esquerda.

Baianos da Umbanda

Os divertidos guias do Nosso Senhor do Bonfim estão sempre dispostos para ajudar. A sociedade criou rótulos onde todo oriental é "japonês" e todo nordestino é "baiano". Não devemos levar em conta o estigma social nem no dia-a-dia, quanto menos no plano espiritual.

Há décadas, principalmente perto dos anos 50, houve uma grande imigração para as cidades grandes do sudeste do país, onde muitos nordestinos vieram trabalhar, muitas vezes em construções civis e indústrias, sendo rotulados de "peões" urbanos.

No imaginário dessas cidades, o nordestino ficou associado à imagem do trabalho duro, pobreza, analfabetistmo, vida precária, o "brega". Com o grande volume demográfico nessa cidade, levam a culpa pelo ônibus lotado, falta de emprego e muitos outros males da cidade. É comum ouvir comentários pejorativos como "isso é coisa de baiano", ou "que baianada!".

Na Umbanda, os baianos cumprem um papel muito diferente, do que levar a culpa pelos males metropolitanos. Não tem nada de "inferior" ou "subalterno". São seres de muita força e luz, muito carismáticos e excelentes ouvintes. Não devemos dar ouvidos ao preconceito nem no mundo material, nem no mundo espiritual. Cada indivíduo e cada entidade são parte da existência, e empregam cada um o seu papel.

Apresenta-se como uma entidade alegre, irreverente e com fortes traços de bravura. São alegres e muitas vezes teimosos, hoje em dia muito procurados nas giras de Umbanda por toda a cidade por muitas pessoas.

Uma curiosidade na literatura técnica é que os baianos da Umbanda mesclam características de direita e de esquerda, criando um balanço muito agradável e positivo. Nas giras, apresenta-se com traços bastante característicos, como o jeito melodioso de falar, nas danças, e geralmente "não levam desaforo para casa".

Um dos principais traços dos baianos da Umbanda é sua capacidade de ouvir. Geralmente conversam muito com aqueles que buscam seu auxílio, falando manso e baixinho, muito carinhosos e de uma empatia extrema. Passam muita alegria e confiança aos que tem fé e buscam seu auxílio.

Os baianos da Umbanda são doutrinados: comedidos, não xingam, não falam palavrões, não provocam e suas brincadeiras são irreverentes e bastante sutis. Incorporam geralmente de forma suave, e estão fortemente ligados ao ritmo musical. Os baianos geralmente gostam de dançar e o movimento dessas entidades é transmitida para os médiuns, que na incorporação traduzem os passos das melodias regionais.

Trazem muita paz, carinho, amor e perseverança para nos ajudar a trilhar nossos caminhos na nossa vida terrena. Salve o povo da Bahia!

Exú e Pomba-Gira da Umbanda

É comum as pessoas confundirem o trabalho dos exús e das pombas-giras na Umbanda. Estas entidades são não raramente confundidas com demônios, espíritos malignos e de vibração inferior. Ao ver uma gira de esquerda, muitos que ainda não conhecem o verdadeiro poder dessas entidades se assustam com as feições, risadas e maneira de falar dos fortes guias de esquerda.

Como disse uma mãe-de-santo muito conceituada: "Não é o exú ou a pomba-gira que são maus. O ser humano é que é."

Sabias palavras, pois o exú ou a pomba-gira não agem sozinhos. A maldade do ser humano é quem pode dar a direção errada a estes espíritos, e então são confundidos com entidades do mal. Um médium despreparado ou mal intencionado pode conduzir as forças não só dessas entidades como de muitos outros espíritos que nos cercam para realizar coisas ruins.

O exú e a pomba-gira são espíritos em busca de evolução, compromissados com a espiritualidade superior. Os médiuns bem preparados são um ótimo caminho para que as entidades de esquerda trabalhem, aprendam e pratiquem a caridade de forma correta, alinhada, com a única vontade de fazer o bem ao próximo.

São entidades de muita força, geralmente ligadas às forças básicas. Quem já passou por uma gira de esquerda sabe que um descarrego feito por um exú é como "tirar com as mãos" aquela sensação pesada das nossas costas.

Encarregados de transportar as forças, essas entidades são simples no falar e no agir. Muitas vezes são tão diretas que nos assustam ao falar. Algumas vezes, ouvimos coisas que não queremos ouvir, mas suas mensagens são apropriadas para o momento e devemos refletir sobre o que nos disseram.

A imagem associada às entidades que fumam e bebem, dançam e giram e por vezes soltam suas risadas não significa que essas entidades são zombeteiras e que procuram fazer o mal. A bebida e o fumo são fetiches, catalizadores da energia espiritual dessas entidades em nosso mundo, fazendo o seu trabalho através de coisas materiais, assim como qualquer entidade usa o corpo do seu médium para trabalhar. Vale lembrar que isto não é uma regra: Nem todo exú ou pomba-gira fuma ou bebe. Isso não os faz menos poderosos. Cada entidade tem sua forma de trabalhar, que deve ser respeitada.

Muitos confundem exús e pombas-giras com obsessores. Estes espíritos não podem e não devem ser classificados como exús. Geralmente, a própria pessoa que está com este tipo de perturbação é que dá vazão para a aproximação de espíritos inferiores, que drenam sua energia com base nas suas tristezas, vícios, raiva, ódio, sentimentos inferiores. Antes de colocar a culpa das perturbações em um espírito, as pessoas devem avaliar-se primeiro, suas condutas, seus pensamentos, seus desejos.

No veio dos pensamentos de cada um temos pensamentos bons e pensamentos ruins. É natural do nosso livre arbítrio. Cabe a nós, a cada dia, a cada momento, decidir o que queremos ser, o que queremos seguir. Dar vazão aos pensamentos bons nos faz agir de forma boa, positiva. Com isso, atraímos forças boas que a cada dia vão nos abençoar e nos iluminar, gerando um ciclo de aproximação de bons espíritos, mostrando um caminho de luz e paz.

Se nos voltarmos ao nosso lado escuro, os pensamentos ruins, o ódio, raiva, ciúmes, rancor, estamos atraindo energias similares. Estas vão criar uma aura ao nosso redor com as energias similares à que estamos vibrando. Cabe a cada indivíduo escolher o caminho que deseja seguir.

Ao procurar um descarrego, a pessoa deve ter em mente que o trabalho não começa e nem termina ali. O exú fará a limpeza, levará o que puder levar e com certeza a pessoa sentirá uma melhora imediata. Mas isso não significa que está tudo bem e que podemos voltar a nossa vida de pensamentos ruins.

Se não pensarmos positivamente e atrair energias boas, não será em muito tempo que as sensações de perturbação voltarão e muitos vão pensar que o descarrego "não deu certo". Certamente, a entidade fez a parte dela. Falta fazermos a nossa.

Na Umbanda não se sacrificam animais. Esta prática não é da nossa religião e não está afinada com o objetivo dos trabalhos. Nenhuma entidade de esquerda na Umbanda vai pedir um sacrifício de um ser vivo.

Nem Exú nem a Pomba-Gira fazem amarrações para o amor. Não prometem que vão trazer a pessoa amada em determinado número de dias. O respeito ao livre arbítrio é uma condição celestial e nenhuma entidade da Umbanda está autorizada a interferir nas escolhas de outrem para o benefício de um.

Claro, se você tem problemas sentimentais, dificuldade para encontrar um relacionamento ou estabelecer relações, você pode pedir ajuda! Uma Pomba-Gira certamente ficará honrada em trazer sua luz para seu caminho, energizando e abrindo caminho para que você encontre o seu caminho, na forma de seu merecimento.

Não tenha vergonha de pedir ajuda. O primeiro passo para conseguir o que você precisa é reconhecer que precisa disso, e que ajuda é bem-vinda. Procure seu centro de confiança, avalie, pergunte, e converse com os guias que você gosta. Eles poderão te orientar e iluminar seus caminhos para que seus anseios sejam resolvidos.

Lembre-se que nem tudo que desejamos podemos ter. Na Umbanda (e não só nela), vale a lei do merecimento. Alguns desejos estão além do que podemos ter no momento, e é sábio aquele que reconhece que alguns fardos são para nosso próprio aprendizado. Quanto mais rápido aprendermos, mais rápido passamos para o próximo passo.

Com isso, saúdo os Exús e as Pombas-Giras na sua formosidade, simplicidade e dedicação para ajudar nós, os seres humanos, a alcançar mais um nível na compreensão universal e seguirmos em paz pelo nosso caminho.

Caboclos da Umbanda

Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em sua encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.

Falar em Caboclos na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que, com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omitem detalhes referentes às suas vidas quando encarnados.

Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua. Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porêm em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã.

Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.

Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas Vibrações Originais, apresentamos a seguir uma relação que nos parece a mais próxima de uma realidade:

Caboclos de Ogum
Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço

Caboclos de Xangô
Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.

Caboclos de Oxóssi
Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.

Caboclos de Omolu
Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.

Caboclas de Iansã
Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira

Caboclas de Iemanjá
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente

Caboclas de Oxum
Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê

Caboclas de Nanã
Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu